quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Pista Iniciantes 1 - Dan

A próxima etapa do V Campeonato Carioca se aproxima, e os treinamentos começam a ficar mais intensos. Desta vez, Henrique, como organizador, traz ao Rio o juiz Dan Wrobleski, de São Paulo, para julgar toda a prova, à exceção da pista não-oficial do Iniciantes que será elaborada por Jorge Pais. No intuito de ajudar os competidores a se prepararem melhor para a prova, analisaremos algumas pistas já julgadas por Dan. Estudar pistas anteriores é o melhor método de conhecer o estilo de montagem de pista do juiz, e ajuda a prever o tipo de condução e os exercícios necessários para que se obtenha um bom resultado. Mãos, e patas, à obra!

A primeira pista a ser analisada é da categoria Iniciantes. A pista de hoje parece ter sido utilizada em um Campeonato Paulista no ano de 2006. Não conseguimos os dados de tempo da pista. Confira os comentários por Maria Valladares:


“No geral, não a classifico como uma pista difícil. Basicamente sua única complicação é a seqüência inicial de saltos, à priori um exercício de graus mais avançados. Lembremos também que juízes paulistas costumam reduzir o grau de dificuldade quando julgam no Rio. Não creio que as pistas apresentadas venham a ter um grau de dificuldade tão elevado quanto estas, mas devemos estar preparados para tudo.

Não precisaremos de velocidade. A pista exige, acima de tudo, controle. Será necessário que o condutor atente para o timing de chamada do cão para evitar refugos. É importante também que a dupla domine muito bem as manobras de pivot, ou de back-cross.

O ideal é que o condutor inicie a pista do lado esquerdo do cão. O cão deve ser posto em linha reta com os saltos 1 e 2. O condutor pode querer adiantar-se para até um ponto próximo do salto 2 e chamar o cão. Nessa primeira seqüência de saltos, temos duas opções de condução, sendo que o condutor deve optar pela maneira com a qual sentir-se mais à vontade. A primeira condução exigirá um pivot. Passando do salto 2, o condutor deverá rapidamente realizar um pivot na frente do salto 3. Deve-se atentar para fazer um pivot aberto de modo a não fechar o salto. Cães rápidos, se não chamados ou desatentos, podem avançar para a passarela. Feito o salto 3, chamar o cão, realizar o salto 4 e o túnel 5 naturalmente. A segunda opção envolverá uma manobra de back-cross. É a opção para quem não se garante em correr para realizar o pivot. Porém o cão deverá estar acostumado à realização desta manobra, e responder bem à indicação do condutor para a boca correta do túnel. Após o cão realizar o salto 2, o condutor chama-o para o salto 3, ainda pelo seu lado esquerdo, e realiza o back-cross após o cão saltar o salto 3. É importante empurrar bem o cão para sua frente após o salto 3, para que, após curvar-se, tenha tempo de processar o salto 4 e preparar-se para ele, afim de evitar refugo. Após o cão realizar o salto 4, adiante-se para garantir a indicação da boca correta do túnel.

Feito o túnel, chamar bem o cão para evitar que direcione-se para o salto 4. Os saltos 6 e 7 não oferecem problemas, à menos que você não chame o cão e ele vá direto para o salto 1. A passarela não oferece problemas também, mas deve-se atentar para o túnel 9. Alguns cães podem entrar pela boca errada do túnel caso o condutor permaneça ao seu lado esquerdo. Se você sentir firmeza na resposta de seu cão, faça a passarela normalmente por seu lado esquerdo. Caso o condutor prefira posicionar-se à direita do cão para fechar o caminho para a boca errada do túnel, deverá realizar um pivot antes ou depois da passarela.

O fim da pista não apresenta problemas maiores. A forma mais simples de concluí-la é permanecer ao lado direito do cão, após o túnel 9. Realizar o salto em distância, o salto 11, o 12 e o 13, e fazer um pivot antes do salto 14. Chamar bem o cão durante a casa, para evitar que refugue por fora o salto 16. Quem não conseguir realizar o pivot antes do salto 14, deverá realizar um blind-cross ou um back-cross antes da casa. Ou, se for corredor de maratona, contornar pela direita a casa e os últimos saltos!”

No próximo post comentaremos uma pista mais complicada de Iniciantes.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Treinamento do Cão de Esporte - Parte III

O treinamento e a competição

O aquecimento
Todo atleta se aquece antes de uma competição de maneira a acionar uma intensa atividade de seu sistema enzimático e de oxigenação (que entrarão em ação para fornecer-lhe a energia de que precisa) e diminuir os tempos de reação da contração muscular.

Para o cão, o aquecimento pode consistir em uma série de alongamentos-flexões seguida de uma brincadeira que tem a vantagem de estimular a motivação do cão ao mesmo tempo que seus músculos. Bem conduzido, esse aquecimento melhora a coordenação neuromuscular do cão, evita estiramentos e contrações e garante um ótimo estado, fisiológico e psicológico, no início da competição

A volta à calma
Após a competição, a volta à calma é um ponto que não deve ser ignorado. Entre outros, ela garante o sucesso das próximas competições. Uma seqüência de exercícios muito leves conserva uma circulação a nível muscular suficiente para a eliminação dos resíduos durante o esforço (ácido láctico, toxinas). Uma leve massagem também aumenta a eliminação das toxinas e acalma o animal. O cão sofre uma fadiga muscular bem menor e conserva um moral melhor para as futuras provas.

O destreinamento
No final da temporada de competição, a interrupção total e bruta do treinamento é fortemente desaconselhada. o animal que interromper assim o treinamento irá perder muito rapidamente o benefício adquirido e ficará mentalmente desestabilizado. Convém diminuir progressivamente as cargas de trabalho, orientando-se a atividade física para uma atividade cada vez mais lúdica.

Recuperação e super-treinamento
Após um período de esforço intenso, como é o caso de uma competição, é natural que o cão passe por um período de fadiga fisiológica. Se esse cão for corretamente alimentado e treinado, seu organismo irá se recuperar desta fadiga e até a sobrecompensará, isto é, durante um curto período após sua completa recuperação, estará em melhor forma do que antes da competição. Esse é o momento ideal para exigir dele um novo esforço intenso.

Se, ao contrário, esse período de tempo não for respeitado e um novo esforço for solicitado durante o período de recuperação, o organismo irá se ver superado, não conseguirá se recuperar normalmente e irá desenvolver uma síndrome de super-treinamento: perda de apetite e de peso, sensibilidade exacerbada e grande cansaço.

Fonte: Enciclopédia do Cão Royal Canin

Treinamento do Cão de Esporte - Parte II

Os métodos de treinamento

Treinamento da força muscular
Durante esforços muito intensos e muito curtos seguidos por períodos breves de recuperação é possível aumentar o trabalho e a força muscular sem aumentar o consumo de oxigênio ou acionar um processo de catabolismo anaeróbio (fermentação láctica). É o princípio de todos os exercícios de força pura, sendo o melhor exemplo o weight pulling (competição de tração de cargas numa disância curta).

Treinamento da potência anaeróbia
A potência anaeróbia permite um trabalho muscular intenso na ausência de oxigênio, sendo esse o caso de uma corrida rápida (Agility). Na prática, para desenvolver essa potência, alternam-se os exercícios intensos muito curtos (de até um minuto) e os períodos de recuperação (dois a quatro minutos). Esse tipo de treinamento é muito extenuante para o animal, física- e psicologicamente. Só deve ser considerado pouco antes do período de competição.

Treinamento da potência aeróbia
A potência aeróbia envolve os esforços longos que requerem uma melhoria do transporte e da utilização do oxigênio. É o tipo de esforço solicitado aos cães corredores e aos cães de trenós. Para isso, preconiza-se a corrida contínua de longa duração, em uma velocidade moderada, ou a sucessão de pequenas curvas em uma velocidade um pouco mais rápida (três a cinco minutos), seguida por um período de exercício leve (caminhada ou trote).

A divisão dos diferentes tipos de treinamento deverá ser feita em função do tipo de disciplina praticado, sendo a experiência e a escuta do cão os melhores indicadores da eficácia do treinamento.

(Continua)

Fonte: Enciclopédia do Cão Royal Canin

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Treinamento do Cão de Esporte - Parte I

Parece evidente que um desportista humano deva passar por um treinamento físico específico em relação a disciplina praticada e com seu nível. Se quisermos que o cão seja performante, a situação é exatamente a mesma para o animal em boa saúde e feliz.

Os grandes princípios do treinamento

Treinamento significa "preparação física, técnico-tática, intelectual e moral do atleta através de exercícios físicos". Aplicando-se essa definição ao cão, descrever-se-á uma seqüência de exercícios físicos solicitados pelo proprietário em um clima que conserve um aspecto lúdico para manter a motivação do cão.

Noções de carga de trabalho
É fundamental a noção de carga de trabalho. Essa carga deve ter uma duração e intensidade suficientes para poder qualificar uma atividade física como sendo um treinamento. Essa carga deve aumentar à medida que o desempenho almejado melhora sem por isso tornar-se extenuante ou penosa para o animal, o qual perderia então toda e qualquer motivação.

Características da carga de trabalho
A carga de trabalho deve ser aplicada de maneira gradual, principalmente para o cão principiante (para um animal já bastante treinado pode-se às vezes acelerar algumas etapas), e de modo contínuo (só a regularidade permitirá a eficácia das várias sessões de treinamento).

Ela deve variar de acordo com o tempo, pois é impossível conservar um cão na mesma ocndição de forma o ano todo. Portanto deverá ser feita uma distinção entre períodos de preparação, de competição e de treinamento. A carga de trabalho também deve variar quanto a seu conteúdo. Para uma mesma disciplina serão solicitados vários fatores físicos do cão, como potência, velocidade, resistência e coordenação. Esses fatores requerem várias adaptações do organismo do cão, com um período de recuperação diferente para cada adaptação. Se um fator solicitar o organismo durante a recuperação de um fator diferente, o primeiro não interferirá na recuperação do segundo; ao contrário, o potencializará e esse sistema de cargas alternadas permite ganhos em termos de tempo e desempenho. Por exemplo, durante a recuperação de uma corrida, pode-se pedir ao cão um exercício muito diferente, tal como um exercício de alongamento muscular.

A sucessão das cargas deve seguir uma ordem precisa dentro de uma mesma sessão; de maneira geral, os exercícios de força explosiva, velocidade e coordenação são realizados no início do treinamento, seguidos pelos exercícios cuja eficácia tem por base uma recuperação incompleta e, por último, pelos exercícios de resistência pura.

(Continua)

Fonte: Enciclopédia do Cão Royal Canin

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Medicina: Displasia Coxofemoral

A Displasia Coxofemoral é um dos maiores e mais comuns problemas ortopédicos na medicina canina. Por acometer diretamente o Sistema Locomotor do cão, a doença compromete sua movimentação e inviabiliza a prática de qualquer tipo de trabalho que exija esforço ósseo-muscular. Cães que desenvolvem Displasia Coxofemoral tornam-se, portanto, inviabilizados de praticar o Agility. Conheça um pouco mais sobre a doença, aprenda a evitar e detectar o mal.

Anatomia: a articulação Coxofemoral é a junção do osso do quadril (Osso Coxal, ou "bacia") com o fêmur. O fêmur possui, em uma de suas extremidades, uma cabeça articular que encaixa-se perfeitamente no acetábulo do quadril, uma espécie de cavidade, ao qual mantém-se fixo pelo Ligamento Redondo (ou Ligamento da Cabeça do Fêmur). A articulação apresenta ainda cartilagens para amortecimento; o líquido sinovial para lubrificação; e uma cápsula articular para proteção. A imagem à seguir mostra o quadril de um cão:


Definição: de origem biomecânica, a Displasia Coxofemoral é um desenvolvimento anormal da articulação, que fica mais frouxa. Há claramente um fator genético envolvido, mas alguns outros fatores podem agravar a doença, tais como obesidade e pisos escorregadios. As lesões englobam deformidade da cabeça do fêmur e do acetábulo, luxações crônicas e degenerações severas. As cartilagens sofrem erosão, assim como a cáspsula, e pode haver rompimento do Ligamento Redondo. Compare o raio-x de um cão normal com o de um cão displásico:

Cão normal

Cão displásico

Sintomas: inicialmente o cão tem um andar anormal, desengonçado, eapresenta uma posição em "x" dos posteriores quando vistos por trás. Conforme o quadro agrava, há recusa em trotar e saltar, e o cão permanece com a perna dura e galopa como uma lebre. Pode ainda mancar e demonstrar dor à manipulação forçada. Com o tempo os sintomas exacerbam-se.

Prevenção: por ser uma doença transmissível hereditariamente, o melhor que se pode fazer é selecionar cautelosamente os pais do seu futuro filhote. Exija, sem medo ou vergonha, que o criador apresente chapas de raio-x dos cães e laudos veterinários comprovando que eles não apresentam displasia em grau algum. Uma vez adquirido o filhote, pode-se detectar a doença com um raio-x tirado após a fase de crescimento (de 12-18 meses). É sempre bom evitar a obesidade, pois peso excessivo força ainda mais a articulação. Cães mantidos em pisos lisos e escorregadios tendem a escorregar, sujeitando a artiuclação a sofrer traumas.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Fisiologia do Esforço Físico - Parte III

Alterações metabólicas

Ao mesmo tempo em que o trabalho muscular influi de modo muito direto sobre a natureza e amplitude da necessidade energética, ele também repercute grandemente sobre o equilíbrio global do organismo.

Energética do esforço
A energia química utilizada na contração muscular provém unicamente de ligações químicas "fosfatos" ricos em energia presentes em uma molécula fundamental, o trifosfato de adenosina, ou ATP. Durante o esforço, as concentrações de ATP da célula serão deprimidas e deverão ser reconstituídas de maneira instantânea enquanto o animal estiver correndo ou realizando seu trabalho. Essa reconstituição faz-se de acordo com três processos cujos respectivos papéis e intensidades dependerão do tipo de esforço físico exigido do cão:

Anaerobiose aláctica: durante um esforço muito breve e muito intenso (alguns segundos), o ATP é reconstituído a partir das reservas do músculo em fosfocreatina, sem haver necessidade de oxigênio (anaerobiose) e sem produção de ácido lático (aláctica).

Anaerobiose láctica:
neste caso, que envolve os esforços intensos com menos de dois minutos de duração (lébreis de corrida, agility, ataque lançado), a energia é reconstituída a partir do glicogênio armazenado no músculo e da glicose sanguínea, sempre sem consumo de oxigênio, porém, desta vez com a produção e acúmulo de um resíduo metabólico, o ácido lático. De maneira muito esquematizada, é quase sempre o acúmulo deste último que leva, por exemplo, ao aparecimento da fadiga muscular e de cãibras.

Aerobiose: trata-se de um metabolismo que supre a necessidade energética do cão assim que o esforço torna-se rsistência (intensidade menor, porém duração de alguns minutos até algumas horas). Em um primeiro momento, a glicose sanguínea é oxidada graças ao oxigênio levado até o músculo pelos glóbulos vermelhos, mas diferentemente do homem, os lipídios irão constituir muito mais rapidamente a principal fonte de energia do cão.

Sem entrarmos em maiores detalhes daquilo que acabaria sendo um tratado de medicina desportiva canina, treinamento e nutrição serão novamente condicionados pelo conhecimento dessses dados metabólicos específicos.

Fonte: Enciclopédia do Cão Royal Canin

domingo, 27 de janeiro de 2008

Fisiologia do Esforço Físico - Parte II

Sob o efeito do treinamento
Após um treinamento diário de 4 a 5 semanas, o organismo do cão apresentará alterações significativas em seu sistema cardiovascular e respiratório. Assim, as modificações cardíaca e hemodinâmica (relativo à circulação sanguínea) devidas a um exercício físico repetido tendem a minimizar a energia necessária para o trabalho cardíaco, bem como a desenvolver as capacidades de bombeamento do coração. Nos cães treinados, o ritmo cardíaco no repouso é inferior ao dos cães sedentários (pois o coração se tornou mais eficiente) e a arritmia respiratória é mais acentuada. Ocorre um aumento do volume plasmático e melhora do retorno sanguíneo (ao coração) e, conseqüentemente, um aumento global do fluxo cardíaco (se o coração recebe mais sangue do corpo, também poderá bombear mais). Às vezes, um treinamento intensivo conduz a uma hipertrofia cardíaca (aumento de volume das células). No Greyhound, por exemplo, seis meses de treinamento diário intenso levam a um aumento de 50% da espessura da parede do coração e de 30% do volume da cavidade do ventrículo esquerdo (a câmara que bombea sangue para o corpo). Da mesma forma, o treinamento irá induzir um aumento do número e da densidade dos vasos sangüíneos capilares do músculo. Por fim, ao contrário do que se acredita, um exercício físico regular no cão com boa saúde gera pouca ou nenhuma alteração do aparelho respitório; a capacidade global do organismo para consumir oxigênio é que aumenta de maneira considerável com um treinamento de resistência. Essas modificações só poderão ocorrer de modo ideal nos indivíduos que apresentarem um bom estado de saúde geral. Qualquer alteração ou insuficiência dessas funções irá diminuir as possibilidades de adaptação às condições do esforço, e, conseqüentemente, o desempenho esportivo ou de trabalho.

Conseqüências do estresse biológico de esforço

Nos cães esportivos, o estresse gerado pelo entorno ou pelo esforço físico produz modificações comportamentais (latidos, distúrbios da motivação, etc.), modificações neurovegetativas (salivação, taquicardia, midríase (dilatação da pupila), etc.), distúrbios digestivos (vômitos, diarréias, úlceras gástricas) e anemia (fala-se até de anemia do desportista). Portanto, um grande número dessas modificações relatadas pelos utilizadores de cães no meio das competições esportivas são imputáveis a esse tipo de processo fisiopatológico.

Não raramente o super-treinamento é uma causa preponderante dessas modificações, mas também não se deve deixar de lado o fato de que um cão sabe muito bem fazer a diferença entre o treinamento e o marco de uma competição ou de uma intervenção real no plano psicológico. De maneira geral, as situações causadoras de estresse costumam gerar angústia nos animais que exteriorizam comportamentos característicos de sua espécie. No cão, os comportamentos de angústia ou de grande temor exprimem-se por reações bem conhecidas de eliminação (micções, defecações repetidas), de vocalização (latidos, uivos) e outros comportamentos cuja repetição pode gerar verdadeiras estereotipias: mordida dos objetos, da jaula ou cavar o chão.

Por estas razões, reações neurovegetativas, digestivas e outras podem, sem objeção, ser consideradas como decorrentes do estresse. Dentre essas reações, parece muito evidente que, no marco de provas físicas freqüentemente muito desgastantes sob o aspecto metabólico, os distúrbios digestivos estão entre os mais prejudicais para a condição física, principalmente quando aliados a perdas de água e eletrólitos ou à insuficiência de água para beber ou de consumo de alimentos.

Um plano de treinamento correto e inteligente, um entorno psicológico calmo e normal, mas principalmente uma alimentação adaptada serão as chaves da prevenção dos problemas associados ao estresse de esforço ou de super-treinamento no cão.

(Continua)

Fonte: Enciclopédia do Cão Royal Canin

sábado, 26 de janeiro de 2008

Fisiologia do Esforço Físico - Parte I

Tanto no cão como no homem o trabalho intenso e a competição estão na origem de um estresse ao mesmo tempo orgânico e psicológico. Assim sendo, o conhecimento geral das modificações fisiológicas induzidas pelo esforço físico pode permitir um melhor entendimento e, com isso, preparar melhor seu cão para uma competição, prevenindo as eventuais afecções patológicas que possam surgir.

Adaptações Cardiovasculares e Respiratórias

As adaptações cardiovasculares e respiratórias ao esforço têm a finalidade de, por um lado, garantir o fornecimento de oxigênio necessário para a atividade muscular e, por outro lado, permitir a eliminação dos resíduos, particularmente do gás carbônico e do calor, produzidos pelo metabolismo muscular. Essas adaptações são indispensáveis, não só para o bom desenvolvimento de uma prova esportiva, mas também para a continuação do esforço além dos instantes iniciais. Assim sendo, deve-se distinguir dois tipos de resposta do organismo:
-uma resposta imediata adaptada Às necessidades instantâneas do organismo, ou seja, concomitante ao esforço;
- uma resposta com prazo maior, que antecipa as necessidades do organismo e corresponde às adaptações induzidas pelo organismo.

Durante o exerício físico
O papel essencial das alterações da função circulatória durante o trabalho é aumentar o fluxo sanguíneo e, conseqüentemente, o fornecimento de oxigênio para os tecidos cujo metabolismo aumenta, principalmente os músculos. O organismo realiza esse estado aumentado o ritmo cardíaco e redistribuindo a massa sangüínea até os locais em atividade em detrimento dos locais em descanso. Essas modificações são complementadas por um crescimento da capacidade do sangue em transportar o oxigênio graças à contração do baço, que envia um grande número de glóbulos vermelhos até o sangue aumentado assim o hematócrito (quantidade de hemácias no sangue) e a quantidade de hemoglobina (substância que carrega o oxigênio no sangue).

O ritmo cardíaco pode elevar-se consideravelmente e atingir 10 vezes seu nível de descanso; a freqüência dos batimentos do coração aumenta de maneira muito sensível: em função da intensidade do esforço, podendo chegar a 300 batimentos por minuto no Galgo de corrida e 200 no Husky de trenó. Os músculos que trabalham são a sede de uma intensa vasodilatação, na qual a dilatação dos vasos sanguíneos aumenta o seu fluxo interno. Por fim, o fluxo ventilatório evolui em várias fases durante o esforço:
-durante os 3 a 4 primeiros segundos, a ventilação aumenta brutalmente;
-após alguns instantes ocorre uma segunda fase de aumento, mais lento;
-a seguir alcança-se um platô que se mantém até o final do esforço;
-em fase de recuperação, ocorre uma lenta diminuição da freqüência respiratória, que diminui de mais de 200 movimentos por minuto para apaoximadamente 30.

(Continua)

Fonte: Enciclopédia do Cão Royal Canin

domingo, 20 de janeiro de 2008

Edital

Hoje não foi a primeira vez que tive a sensação. Lá pelo fim da tarde eu assistia à 5º Etapa do Campeonato Mundial de Hipismo no ESPN quando, pela segunda vez, tive aquele "feeling". O que mais chamou minha atenção não foi a performance dos cavalos ou dos "condutores", e sim a locução. Não entendo muito - nada, na verdade - de Hipismo, mas o locutor dava a entender que um dia já fora competidor, ou o ainda é. Seu olhar técnico de cada lance, cada estilo de "condução", cada jogada técnica, mostrava que seu entendimento do esporte não era pouco. Além dos comentários sobre as passagens em pista ao vivo, o tal locutor traçava o perfil dos cavalos, citando país de origem, idade, experiência, conformação, pontos fortes e pontos fracos e, o mais impressionante, a linhagem. Ao entrar em pista, o cavalo tinha todo seu "pedigree" traçado. Sensacional.

Eu não vou às competições de Agility somente para conduzir meu cão. Mais que isso, analiso cada dupla e seu estilo de condução, os erros, os acertos, os tempos, as velocidades, os pivots, os back e blind crosses, coisa que a maioria dos competidores não observa. Percebo o tipo de formulação de pistas que cada juíz segue, e seu perfil de julgamento, de modo que, ao me inscrever em uma prova, sei o que vou encontrar pelo juíz anunciado. Comparo tipos físicos dos cães, raças, filiação. Analiso intrinsecamente cada pixel da prova.


Talvez o olhar crítico esteja relacionado à vontade de um dia alcançar o Grau III, de julgar, de ter um centro de treinamento, e de criar cães atletas. Ajudou muito também o fato de eu ser repórter, posto em que obrigo-me a prestar atenção nas passagens para conseguir boas fotos. Fato é que, à excessão de um condutor - Bruno Perez, quem parece também apreciar mais conversas técnicas que fofocas - raramento encontro quem queira debater com tal profundidade o Agility. Para quem quer fazer locução e não há um posto para tanto, cria-se a idéia de fundar um jornal de esportes. Uma pequena coluna sobre o Agility e seus bastidores. Que nasça o Authletica!